A LENDA DE PAI JACÓ
A
LENDA DE PAI JACÓ:
PAI
JACÓ NASCEU EM GUINÉ, NA ÁFRICA EM 1764. CRIANÇA DE 7 ANOS AINDA, VEIO AO
BRASIL, COMO ESCRAVO.
FOI
COMPRADO POR UM FAZENDEIRO, DA REGIÃO DO NORTE DE MINAS GERAIS, QUE ERA UM
HOMEM RÚSTICO E DE CORAÇÃO DURO, QUE NUNCA NA SUA VIDA FOI CAPAZ DE CHORAR NEM
POR SUA DOR NEM A DOS SEMELHANTES.
QUANDO
CRIANÇA CHAMAVA-SE JACÓ, NÃO SABENDO SE FOI OU NÃO BATIZADO COM ESSE NOME.
DEPOIS JÁ DE VELHO PASSARAM A CHAMÁ-LO PAI JACÓ.
SEMPRE
FORA RESIGNADO, HUMILDE E TRABALHADOR.
GOZAVA
DA CONFIANÇA DO SEU PATRÃO, A QUEM SEMPRE PROCURAVA SERVIR SATISFEITO E DA
MELHOR BOA VONTADE.
A
VÉSPERA DE NATAL, PARA FESTEJAR, ERA COSTUME DO SEU SENHOR CONVIDAR PARA O
BANQUETE TODOS OS SEUS VIZINHOS FAZENDEIROS A PASSAREM A NOITE NA SUA FAZENDA,
COM GRANDE FOGUEIRA ONDE DEZENAS DE PESSOAS SE REUNIAM E DANÇAVAM ATÉ O
ALVORECER.
DESDE O
DIA 22, O SEU SENHOR HAVIA COMPRADO PERUS, PATOS, GALINHAS E LEITÕES PARA A
FESTA DO DIA 24 DE DEZEMBRO.
DESIGNOU
O PAI JACÓ PARA TOMAR CONTA DESTES PARA QUE NÃO FUGISSEM.
NA MANHÃ
SEGUINTE, VERIFICOU O SENHOR QUE DESAPARECERAM MUITAS AVES E ANIMAIS POR UM
BURACO FEITO NO CERCADO DE TAQUARA.
INDIGNADO
PELO ACONTECIDO, MANDOU PRENDER O PAI JACÓ, SEM LUZ E SEM ÁGUA, DEPOIS DE
RECRIMINÁ-LO ASPERAMENTE E ORDENOU AINDA QUE NENHUM ALIMENTO, NEM ÁGUA LHE
FOSSEM DADO.
NA
MANHÃ DO DIA 24, APARECERAM NO TERREIRO, NÃO SE SABE COMO, TODAS AS AVES E
LEITÕES DESAPARECIDOS.
NA
MADRUGADA DESSE DIA, PAI JACÓ, NA SUA PRISÃO, AJOELHOU-SE E, EM UMA PRECE
SENTIDA ENTRE LÁGRIMAS, PEDIA A JESUS QUE O SEU AMO NÃO O CULPASSE DA FALTA DE
QUE ESTAVA INOCENTE E ORANDO TAMBÉM POR ELE, PARA QUE RECEBESSE DO CÉU A LUZ DE
QUE CARECIA; QUE A ELE CONCEDESSE A RESIGNAÇÃO E HUMILDADE QUE NECESSITAVA,
PARA SUPORTAR A SUA IRA E A FOME, PORQUE ESTAVA PASSANDO E NÃO SABIA QUANTOS
DIAS CONTINUARIA ASSIM, SEM UMA GOTA DE ÁGUA NA SUA PRISÃO.
AO
TERMINAR A SUA PRECE, VIU CLAREAR-SE REPENTINAMENTE A PRISÃO, ABRIR-SE O TETO E
APARECER UM ANJO, QUE LHE PARECIA O "MENINO JESUS", TRAZENDO,
SORRIDENTE, EM UMA DAS MÃOS, UM PÃO MUITO ALVO, E NA OUTRA UM COPO COM VINHO,
DIZENDO-LHE COM VOZ ANGELICAL:
-"PAI
JACÓ, TRAGO-TE MEU AMIGO, ESTE PÃO E VINHO".
JACÓ,
ESTUPEFATO, AJOELHOU-SE NOVAMENTE, CHORANDO DE ALEGRIA E FITANDO AQUELE MENINO,
QUE PAIRAVA NO ESPAÇO, À PEQUENA ALTURA, ENVOLTO EM MUITA LUZ.
O
ESCRAVO COMEU O PÃO E VIU QUE SAIAM CHISPAS DE LUZ DO MESMO, CADA VEZ QUE
LEVAVA AOS LÁBIOS; DEPOIS BEBEU O VINHO E O MENINO JESUS, SEMPRE DE FISIONOMIA
SORRIDENTE, ABENÇOOU-O COM AS SUAS MÃOZINHAS ROSADAS E DESAPARECEU, FECHANDO DE
NOVO O TETO E VOLTANDO A ESCURIDÃO EM QUE SE ACHAVA.
MAS,
POUCO TEMPO DUROU ESSA ESCURIDÃO, POIS NOTOU QUE, PELAS FRESTAS DA TOSCA E
PESADA PORTA, PARTIAM RAIOS LUMINOSOS QUE ELE ADMIRAVA SEM SABER EXPLICAR O QUE
ERA, AJOELHOU-SE NOVAMENTE E EM UMA OUTRA PRECE CHEIA DE GRATIDÃO, AGRADECEU A
DEUS A SUA MISERICÓRDIA.
QUANDO
TERMINOU DE ORAR, OUVIU RUMORES DE FORA E VOZES QUE SE APROXIMAVAM; ABRIU-SE A
PORTA E APARECEU O SEU SENHOR, SEGUIDO DO FEITOR E DE OUTROS ESCRAVOS, E LHE
DISSE:
-PODE
SAIR, JACÓ.
E
ORDENOU A UM DOS ESCRAVOS QUE LHE FOSSE DADO ALIMENTO.
-NÃO
PRECISO COMER, MEU SENHOR.
-NINGUÉM
ABRIU ATÉ AGORA ESTA PORTA, RESPONDEU-LHE ELE. COMO, ENTÃO NÃO TEM FOME?
-
PORQUE NA MADRUGADA DO DIA 24, CREIO QUE ERA DE MADRUGADA... EU FIZ UMA ORAÇÃO
A DEUS E ABRIU-SE ESTE TETO.
O
MENINO JESUS VEIO CHEIO DE LUZ COM UM PÃO E UM COPO DE VINHO E DEU-ME.
COMI O
PÃO DO QUAL SAIA UMA ESPÉCIE DE FOGO, E BEBI O VINHO QUE ERA SABOROSO.
DEPOIS,
O MENINO JESUS SUBIU LENTAMENTE E DESAPARECEU, FECHANDO-SE DE NOVO O TETO DA
MINHA PRISÃO.
POR
MUITOS DIAS, MEU SENHOR, NÃO PRECISAREI ME ALIMENTAR.
O MEU
SENHOR - CONTINUOU JACÓ -, QUE OUVIA COMO QUE PETRIFICADO A MINHA NARRATIVA
SINGELA E VERDADEIRA, FICOU OLHANDO-ME ADMIRADO E PELAS SUAS FACES CORRIAM
GROSSAS LÁGRIMAS, LÁGRIMAS QUE ELE VERTIA PELA PRIMEIRA VEZ NA SUA VIDA.
CHORAVA, SIM, PELA PRIMEIRA VEZ AQUELE CORAÇÃO ENDURECIDO, QUE NÃO HAVIA DOR
QUE O ABATESSE.
DAÍ POR
DIANTE O MEU SENHOR MUDOU COMPLETAMENTE, TRATAVA BEM OS ESCRAVOS E, PORTANTO, A
MIM TAMBÉM, INTEIRAMENTE REGENERADO, DANDO-ME A LIBERDADE QUANDO JÁ DOENTE E
SEM FORÇAS PARA TRABALHAR.
POUCO
TEMPO, ENTRETANTO, DUROU A MINHA LIBERDADE TERRENA, PORQUE PARTI EM BUSCA DE
UMA LIBERDADE MUITO MAIS AMPLA, ONDE ME ENCONTRO, GRAÇAS À CARIDADE DO NOSSO
PAI.
OH!
COMO SOU FELIZ! COMO BENDIGO OS SOFRIMENTOS PORQUE PASSEI NA TERRA!
QUANTO
MAIORES SÃO OS SOFRIMENTOS QUE NÃO BUSCAMOS PELAS NOSSAS MALDADES, MAIORES SÃO
TAMBÉM AS DÁDIVAS DO CÉU!
FELIZES
DOS QUE SOFREM COM RESIGNAÇÃO E HUMILDADE, PORQUE SEM ESSA RESIGNAÇÃO E HUMILDADE,
TEREMOS DE RECOMEÇAR NA PRESENTE OU EM NOVA EXISTÊNCIA, AS NOSSAS TAREFAS DE
RESGATE.
"DEVENDO
O MEU PROGRESSO ESPIRITUAL À MINHA CONDIÇÃO HUMILDE DE ESCRAVO, E NÃO DE BRANCO
E GRANDE MÉDICO NA ESPANHA, PREFIRO QUE ME CHAMEM PAI JACÓ E NÃO ANTONINO SILAS,
E SINTO-ME BEM QUANDO POSSO FALAR NA MINHA MEIA LÍNGUA DE AFRICANO, NO MEIO DE
ÍNTIMOS, NA TERRA".
MORREU
COM 83 ANOS, PRÓXIMO A MINAS GERAIS, NO ANO DE 1847.
RESPONSÁVEL
PELA LIMPEZA ESPIRITUAL DE FLUIDOS DELETÉRIOS, É UM PRECIOSO SOCORRISTA NO RESGATE
DE ESPÍRITOS OBSESSORES AGINDO NA DESARTICULAÇÃO DE DETERMINADOS TRABALHOS
ORIUNDOS DE SEGUIMENTOS RELIGIOSOS AFRO-BRASILEIROS.
DESDE A
FUNDAÇÃO DO NEC, PAE JACÓ FOI DESIGNADO POR DR. ROMANO PARA ASSUMIR ESSAS
TAREFAS, PELO GRANDE SENTIMENTO DE CARIDADE QUE TRAZ CONSIGO, BEM COMO ANTIGOS
CONHECIMENTOS QUE TRAZ DE OUTRAS VIDAS DE MANIPULAÇÃO DE FLUIDOS.
ATUA
TAMBÉM COMO MÉDICO NA CONDIÇÃO DO MÉDICO ESPANHOL DOUTOR ANTONINO SILAS, OU
ANSILAS.
SARAVÁ
PAI JACÓ!