PORQUE OS EXUS RIEM?
PORQUE OS EXUS RIEM?
Ao
longo dos anos na umbanda eu me pus a reparar que, algumas vezes quando um exu
dava uma consulta geralmente dava gostosas gargalhadas.
Eu
nunca entendia por que.
Como
não queria ser insolente, nunca perguntei, apenas observava e meditava sobre o
fato.
Até
que um dia, um dos “mestres da magia” após uma consulta me chamou… – nêgo à
toa, venha cá, me dê um marafo (cachaça) e venha beber comigo.
Confesso
que fiquei lisonjeado! Eu os trato como “mestres da magia” e eles sempre me
trataram como nêgo à toa, isso sempre foi assim durante meus vinte e oito anos
de umbanda e em todos os terreiros que visitei (só para esclarecer).
Sentei-me
com a garrafa de whisky, um copo adequado para ele e uma cuia para mim..
Fui
repreendido! -dê a cuia aos pretos velhos, eles já são sábios, pegue um copo
adequado para você, pois ainda estamos aprendendo e não podemos deixar de
aprender com eles “a simplicidade”, por enquanto devemos ser o que somos…
aprendizes! O que falar, o que dizer?! Calei-me. Sentado, apreensivo com medo
de bronca, ouvi o seguinte: – nêgo à toa, nosso riso traduz-se em lágrimas.
Atravessamos
dimensões, para ouvi-los, ensinar e aprender, acima de tudo servir! Abrimos
nossos corações, mentes e falas simplesmente para servi-los, nada mais.
Mas
na maioria das vezes tudo o que ouvimos são mentiras, lamúria, queixumes,
disfarces, lágrimas mentirosas, covardias, mentiras, calunias, e pedidos
descabidos como se fossemos assassinos. E a magia se apaga.
Não
há lugar para mentiras e falsidades na espiritualidade.
-não
pense que há deboche nas risadas dos exus, há sim lágrimas!
Pois
sabemos que, quem não está pronto para pedir, não está pronto para receber!
Nossos risos algumas vezes é também de alegria por tirarmos boas almas de
verdadeiros purgatórios.
Ainda
há gargalhadas de vitórias do bem sob o mal, ou ainda rimos sim, do tipo de
captura não esperada que utilizamos com os magos negros do astral..
.fora
que o riso e a alegria diluem certas magias e ações do mal.
-a
justiça é cega nêgo à toa, porque ela deseja inocentar. A justiça as vezes é
manca, ela sempre nos parece tardia, é que ela sempre espera que nós nos
arrependamos.
A
justiça irmão meu, é divina, não castiga, nem perdoa, simplesmente executa a
lei!
A
justiça como executadora da lei divina, tem seus guardiões, esse nêgo à toa,
somos nós, os exus.
Os
guardiões executadores da lei maior.
Agimos
nas trevas pela luz! Assim como os guardiões da luz, que agem na luz pelas
trevas (da ignorância) -nêgo à toa, toda as vezes que dizemos trevas, queremos
dizer ignorância!!! Somos todos membros do mesmo corpo cósmico – o Deus
supremo! Somos o que merecemos hoje, para um dia, sermos o que nosso pai maior
deseja, unos (unidade) com ele.
Lembre-se
que você não é “à toa” nunca lhe tratamos assim! Você é “nêgo athoá”, que
significa nosso irmão! Chore enquanto pode, para nunca sorrir disfarçadamente.
Vejam que ironia.
Eles
me tratavam como irmão athoá, e eu ouvia à toa, (sem valor)… pedi desculpas por
tantos anos de ouvidos tortos.
O
guardião me respondeu: – não se apoquente athoá, o tempo com tempo, tem tempo…
nesta noite houve a nossa união!
Eu,
engasgado em lagrimas, nada mais falei, pois não tinha condições.
O
guardião compreendeu meu embaraço, tocou meus ombros e disse: – boa noite irmão
meu, hoje se fez luz nas trevas!
Avante
sempre, meus irmãos em oxála! Que a paz do senhor, esteja com todos.
Esse
mestre da magia foi o senhor guardião, exú pimenta.