PRECE A EXU MARABO



Poderosa oração para ser usada em casos de doença.  O pedido feito com fé torna-se uma arma fortissíma, para a cura dos mais variados males, em nome desse grandioso exu. Recomenda-se acender uma vela branca no lado externo de casa e rezar com as mãos apoiadas no solo. O dia propício é a Sexta-feira.

Exu Marabô, meu amigo e companheiro. Senhor forte e guerreiro, pajé, feiticeiro e mago, sei que pelos caminhos que passo e lugares aonde vou, tenho sempre a tua proteção. Neste momento de aflição e fragilidade, coloco minhas mãos no chão e firmo meu pensamento em ti, na certeza de que serei atendido na minha necessidade (fazer o pedido).

Confio em sua força e sei que sua capa cobre tudo, só não cobre a falsidade, o orgulho e a maldade. Senhor Marabô, Exu dono da minha porteira, senhor dos meus caminhos, esteio da minha fé, com a confiança que tenho, jamais estarei sozinho, pois tu me guias e acompanha nas lidas e dificuldades. Conto contigo senhor!

Laroiê Exu!

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EXU EXU EXU

Exu é a figura mais controvertida dos cultos afro-brasileiros e também a mais conhecida. Há, antes de mais nada, a discussão se Exu é um Orixá ou apenas uma Entidade diferente, que ficaria entre a classificação de Orixá e Ser Humano. Sem dúvida, ele trafega tanto pelo mundo material, onde habitam os seres humanos e todas as figuras vivas que conhecemos, como pela região do sobrenatural (orum), onde trafegam Orixás, Entidades afins e as Almas dos mortos (eguns). Portanto os Exús na Umbanda não é um Orixá e sim entidades trabalhadoras que tiveram vidas como nós humanos, morreram e tiveram o ciclo de suas reencarnações encerrada, e estão dentro da Umbanda prestando seus trabalhos afim de ter suas evoluções. No Candomblé ele é considerado um Orixá diferente da Umbanda.

 

Essa entidade não se deve ser confundido com eguns, apesar de transitar na mesma Linha das Almas (uma das três linhas independentes) sendo o seu dia a segunda-feira; ficando sob o seu controle e comando, os Kiumbas (espíritos atrasadíssimos na evolução). Exu é figura de status entre os Orixás, que apesar de ser subordinado ao poder deles, constitui uma figura tão poderosa que frequentemente desafia as próprias divindades. Sua função e condição de figura-limite entre o astral e a matéria, se revela em suas cores, o negro e o vermelho, sendo esta última a vibração de menor freqüência no espectro do olho humano, abaixo do qual tudo é negro, há ausência de luz.

 

Seus aspectos contraditórios também podem ser analisados sob outro ponto de vista: o negro significa em quase todas as teologias o desconhecido; o vermelho é a cor mais quente, a forte iluminação em oposição à escuridão do negro. Até em suas cores, Exu é o símbolo das grandes contradições, do amplo terreno de atuação.

 

Os Exus são considerados entidades poderosas, mas nem sempre conscientes dessa força, desconhecendo seus limites e suas conseqüências ao envolver os seres humanos vivos. Assim ao utilizar-se de suas vibrações, um iniciado precisa tomar cuidado para não permitir que Exu, mesmo com o propósito de ajudá-lo, provoque um descontrole energético que possa ser prejudicial ao ser humano.

 

Sua função mística é a de mensageiro - é o que leva os pedidos e oferendas dos homens aos Orixás, já que o único contato direto entre essas diferentes categorias só acontece no momento da incorporação, quando o corpo do ser humano é tomado pela energia e pela consciência do seu Orixá pessoal (quando a consciência de quem carrega o Orixá desaparece). é Exu quem traduz as linguagens humanas para a das divindades. Por isso, é imprescindível para a realização de qualquer ritual, porque é o único que efetivamente assegura em uma dimensão, o que está acontecendo na outra, abrindo os caminhos para os Orixás se aproximar dos locais onde estão sendo cultuados.

 

O poder de comunicar e ligar, confere à ele também o oposto; a possibilidade de desligar e comprometer qualquer comunicação. Possibilita-se a construção, também permite a destruição. Esse poder foi traduzido mitologicamente no fato de Exu habitar as encruzilhadas, passagens, os diferentes e vários cruzamentos entre caminhos e rotas, e ser o senhor das porteiras, portas entradas e saídas. Isso não entra em contradição com o fato de Ogum, o Orixá da guerra, ser considerado o senhor dos caminhos. Além da grande afinidade entre as duas figuras místicas. Ogum é responsável pelo desbravamento, pelo desmatar e o criar de novos caminhos, pela expansão do reino, enquanto Exu é o senhor da força que percorre esses caminhos.

 

Como, então, essa imagem de menino brincalhão, mesmo que imprudente, se coaduna com a imagem popular que associa Exu ao Diabo? O que não é certo.

 

Outra razão de confusão vem do fato de os negros terem chegado ao Brasil na condição de escravos, tratados como subumanos e sem os mínimos direitos.

 

Nenhuma hipótese havia, portanto, para que Exu e outras figuras místicas do Candomblé e da Umbanda fossem aceitos como independentes: os negros tinham de ser convertidos ao Deus único, aos mitos cristãos.

 

Uma divindade africana ao ser capturada pelas explicações católicas teria no máximo o status de santo, divindade menor, praticamente humana, na teologia cristã.

 

Como precisavam de um Diabo, os jesuítas encontrou na figura de Exú, a entidade que poderia, meio forçadamente, vestir a sua roupa, provavelmente porque sendo o mais humano das entidades, é ele se pede interferência nas questões mais mundanas e práticas, o que resulta que a maior parte das oferendas do culto vá, para ele.

 

Exatamente por isso, Exu era a divindade que protegia, na medida do possível, os negros dos repressivos senhores. Era para Exu que pediam proteção para suas fugas dos cativeiro com a astúcia que é predominância dessa entidade.

Dois outros fatores associam Exu ao Demónio; o fogo - elemento do Diabo e também freqüente nos cultos e oferendas para o mensageiro dos Orixás africanos - a sensualidade, território considerado tabu pelos católicos, e o prazer - em geral, as atividades favoritas de Exu. A sensualidade desenfreada costuma ser atribuída a influência de Exu, que significa a paixão, sendo freqüentemente representado em estatuetas, como figura humana sorridente, debochada e sensuais.

Para completar os tabus que marcavam Exu como uma figura que subvertia o conceito de faça o bem e será recompensado, faça o mal e será punido - já que ele podia fazer qualquer coisa e alterar qualquer resultado - mas um fator fez com que fosse não só usado como o Diabo, mas reconhecido como sua própria encarnação por parte dos jesuítas.

 

A Pomba-gira, figura comum nos cultos de Umbanda e presente em diversos Candomblés, dada a grande intercomunicação entre as duas vertentes, não passa, de um Exu Feminino, onde estão em destaque o senso de humor debochado, a voluptuosidade e sensibilidade desenfreadas, usando cabelos soltos, saias rodadas e vaidosas flores na cabeça. Sua dança é uma gira frenética, desenfreada, violenta até, com quase nenhum controle - sem compostura, de acordo com a visão ocidental.

Exú é caminho, é energia, é vida, é determinação, é cumpridor da lei, Exú é esperto, Exú é guardião, Exú é trabalho, é alegria, veloz, Exú é viver, é a magia o encanto. Exú Laroê Exú, Exú Majibá salve todos Exús & Pomba Giras.